
Segundo o dicionário, “relacionamento é o ato ou efeito de relacionar-se; capacidade em maior ou menor grau de relacionar-se, conviver ou comunicar-se com os seus semelhantes, ligação de amizade afetiva, profissional, etc.”
Quando o paciente nos procura para ajudá-lo estabelecemos na primeira sessão uma empatia e este primeiro contato define o tratamento, portanto, um relacionamento.
Não importa quantas sessões, meses ou anos serão necessários. Não há como negar que exista um vínculo não só pelos encontros semanais, mas o paciente compartilha parte do que você é, sua profissão, seu trabalho e sua segunda casa (nossos consultórios).
Vocês já se perguntaram quantas pessoas passaram por suas vidas, seus consultórios ao longo de tantos anos? Quantas histórias de relacionamentos poderíamos contar, relembrar e vocês ão de concordar que sentimos saudades daquela pessoa, que durante algum ou muito tempo fez parte da nossas vidas.
Somos capazes de lembrar momentos que necessitamos chamar à atenção por não realizar exercícios ou elogiamos quando venceram alguma fase rumo ao objetivo terapêutico. Também somos capazes de lembrar dos dias em que rimos de algum caso ou mantivemos o silêncio em respeito a dor do paciente. Relacionamento é também saber respeitar o silêncio, entrar em sintonia com o paciente a ponto de captar sua necessidade emocional, neste momento a técnica dá vazão ao afeto.
Imagina como é interessante você pensar em quantas pessoas diferentes, de quantas histórias de vidas fizemos parte, direta ou indiretamente , quantas lembranças boas, e algumas vezes ruins, guardaremos na nossa caixinha de memórias chamada coração? Dessa, nem o tempo será capaz de levar...Ter a sensação de dever cumprido, de ter feito parte da vida de pessoas tão diferentes, com suas histórias nos faz verdadeiramente vínculadas á elas.
São sensações iguais as que vivemos em nossos relacionamentos pessoais: realizações, saudades, respeito, afeto e muitas vezes, despedida e como despedir-se de alguém tão especial, que compartilhamos sensações? Assim é a nossa relação terapêutica.
Tenho pacientes em terapia com a alta já prevista, e porque não dizer a despedida... não, não, não... torna-se necessário não pensar em despedidas, mas no Sucesso Terapêutico, que é o objetivo da alta.
Despedidas fazem parte de ciclos que se encerram e renovam as chances de novas etapas começarem, novos pacientes, novas histórias, novos vínculos,e, novos Sucessos.
Como disse Milton Nascimento: " A hora do encontro é também despedida...".
Patrícia Pigossi
Fonoaudióloga da Freixo Clínica
CRFª 14.474
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