Por Elaine Soares Queiroz (CRP 06/63511-0), Psicóloga e Diretora da Freixo Clínica
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Paulo Becare Henrique (CRP 06/70260), Psicólogo da Freixo Clínica
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Paulo Becare Henrique (CRP 06/70260), Psicólogo da Freixo Clínica
Mas será que precisa ser sempre assim? Será que essa guerra realmente existe ou é apenas um produto cultural e familiar da nossa sociedade patriarcal? Por conta das constantes queixas mútuas referidas no parágrafo anterior, muitas relações são desfeitas, famílias desmanchadas e muitos empregos/carreiras são arruinados, tudo isso gerando muito descontentamento e estresse. Freud se perguntava: “mas afinal, o que querem as mulheres?” Mas elas não são as únicas difíceis de ser compreendidas. Os homens também são tão complicados quanto as mulheres, pois a espécie humana em geral é muito complexa. Sendo assim, nós podemos perguntar: e o que Freud, enquanto homem, buscava?
Refletindo e conversando sobre esses conflitos, nos demos conta de que essa relação entre os gêneros e as diferenças também pode ser muito produtiva. Vejamos: temos aqui um texto escrito por duas pessoas, o que já é algo bastante difícil. Acrescente o fato de que essas duas pessoas são uma mulher e um homem com todo esse antagonismo conhecido e mencionado. E ainda por cima com abordagens (técnicas) diferentes. Era uma parceria que tinha tudo para dar errado. No entanto, acima das diferenças, encontramos e conseguimos estabelecer um forte ponto de união: o amor e o fascínio por esta profissão que nos possibilitou uma sintonia e afinidade tão boa que aqui estamos: transcendendo as diferenças de gênero e abordagem teórica e escrevendo a quatro mãos.
Nossa intenção aqui não é uma auto-promoção, mas sim exemplificar que é possível superar e harmonizar toda e qualquer situação antagônica, desde que exista um encontro de identificação e intersecção que se torne maior do que todas as diferenças. É quase que uma teoria onde congruência, afinidade, respeito e afeto se canalizam em um mesmo objetivo, como no símbolo chinês do Ying-Yang: duas partes diferentes que se unem para equilibrar energias e formar um todo coeso e completo.
Nos referimos aqui a toda situação em que exista algum antagonismo. Da mesma forma que o amor pela profissão nos permitiu elaborar nossas diferenças, o amor por um filho pode permitir a um pai e uma mãe transcender suas expectativas, ansiedades, angústias, divergências enquanto homem e mulher em prol a felicidade deste filho.
Estamos tentando mostrar que essa guerra dos sexos pode ser superada em quaisquer âmbitos: familiar, conjugal e no ambiente de trabalho. O amor pela profissão ou pelo objetivo de uma organização seria o elemento de intersecção e união que faz o todo ser algo maior do que apenas a soma de suas partes. “Nenhum de nós dois é melhor do que nós dois juntos.”
Não estamos tentando negar as diferenças, ao contrário, estamos destacando a importância dessas características emocionais que formam o universo masculino e feminino, pois essas diferenças são necessárias para o resultado final. Precisamos do funcionamento de ambos: a visão micro dos homens para que não se perca o foco e a visão macro das mulheres para não perder-se do todo. Como em uma rosa: a sensibilidade feminina e a beleza nas pétalas e a força masculina presente nos espinhos.
Terminamos este texto satisfeitos e felizes com a experiência de escrevê-lo em dupla, um texto simples, porém complexo como toda e qualquer relação. Ele é mais um dos resultados bem sucedidos da nossa parceria. Compartilhá-lo com os nossos leitores, pacientes, colaboradores e amigos é um grande prazer e uma prova concreta da funcionalidade dos pontos de vista aqui defendidos. Conseguimos demonstrar na prática que uma psicóloga comportamental e um psicólogo psicanalítico conseguem não apenas trabalhar diariamente com respeito, afinidade e sintonia, mas também sentarem-se juntos para elaborar conceitos de comum acordo. Esse texto foi a materialização nascida dessa afinidade já presente no nosso dia a dia na clínica e em outros trabalhos em nosso blog. E que venham muito mais frutos dessa complementaridade tão produtiva!
Parabéns pelo lindo texto Elaine e Paulo, vocês de uma forma clara e objetiva souberam sintetizar que as diferenças entre os sexos, quando utilizadas e respeitadas produzem ótimos resultados .
ResponderExcluirAbraços.
Mônica Leite.
Obrigada, Mônica! Fico feliz em saber que o texto alcançou o objetivo desejado. Abraços
ResponderExcluirElaine Soares